Sustenta

Nosso planeta não é nossa lixeira

Post aos leitores março 10, 2008

Filed under: Uncategorized — sustenta @ 3:27 am

Comemora-se com grande euforia qualquer mancha de desenvolvimento econômico. Desta vez o Brasil está pronto para ingressar no clube dos países desenvolvidos: a economia estabilizada, renda per capita maior, investimentos recordes na produção e aumento do consumo. Haveria apenas motivos para comemorarmos se na outra ponta do desenvolvimento não estivesse também o posto de quinto maior emissor de gases responsáveis pelo efeito estufa. Causas disto são várias: aumento do número de indústrias, consumo desregrado, desenvolvimento das cidades e desmatamento, este último responsável sozinho por 75% pela quinta colocação. O rebanho de gado da região Norte aproxima-se 75 milhões de cabeças e a expectativa de crescimento, mesmo depois da crise de exportação para a Europa, é de 7% anuais aumentando o já suspeito número de 591 focos de desmate detectados no estado do Pará. Para cada boi nascido, especula-se em um metro de área devastada.

Parece distante pensar na preservação ambiental e conservação das florestas quando se fala de números e progressos que fogem ao nosso controle por isso desde a ECO-92 mudou-se a idéia genérica de meio ambiente associado apenas às flora e fauna para a amplidão do nosso espaço de convívio e assuntos antes de engajamento ambientalista ganharam convívio mais próximos das agendas sociais comuns. Hoje é possível declarar-se ambientalista ao separar o lixo orgânico do inorgânico na residência ou apenas ao assumir a responsabilidade de consumir com consciência para desfigurar o mito de Sísifo e a relevância macroscópica da ação. A Prefeitura de São Paulo incentivou a população a substituir as sacolas plásticas distribuídas nos supermercados por sacolas retornáveis e ecologicamente viáveis, na mesma linha a Associação Brasileira de Indústrias de Panificação e Confeitaria decidiu orientar os associados a incentivar os clientes a levarem suas embalagens e se beneficiarem com descontos e outras benesses pela boa atitude.

Cabe à bancada verde do Congresso e Senado regularizarem as boas vontades ambientais, mesmo que para isso gaste-se algumas resmas de papel.

 

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